Quem foi esse irmão de luz?
"Sem Jesus uma flor tem mil espinhos!
|
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no Estado do Ceará, na então Freguesia do Riacho do Sangue (atual cidade de Jaguaretama) em 29 de agosto de 1831.
Um missionário cuja tarefa seria a de preparar a sociedade brasileira para acolher a semente do Espiritismo.
|
Eleito Vereador Municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador Haddock Lobo, sob a alegação de ser médico militar.
Em 1867 foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista tríplice para uma carreira no Senado.
Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injúria, cobrindo seu nome de impropérios.
Entretanto, deu prova da pureza de sua alma, quando deliberou abandonar a vida pública e dedicou-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía.
Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.
Em 1867 foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista tríplice para uma carreira no Senado.
Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injúria, cobrindo seu nome de impropérios.
Entretanto, deu prova da pureza de sua alma, quando deliberou abandonar a vida pública e dedicou-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía.
Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.
Primeiro contato com a doutrina:
O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos".
Logo que esse livro saiu do prelo, levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória.
O episódio foi descrito do seguinte modo pelo Médico dos Pobres:
"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca. Uma hora de viagem de bonde! Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava em "O Livro dos Espíritos". Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".
Contribuíram também, para torná-lo um adepto consciente, as extraordinárias curas que ele conseguiu para si próprio, em 1882, do famoso médium receitista João Gonçalves do Nascimento.
Logo que esse livro saiu do prelo, levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória.
O episódio foi descrito do seguinte modo pelo Médico dos Pobres:
"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca. Uma hora de viagem de bonde! Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava em "O Livro dos Espíritos". Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".
Contribuíram também, para torná-lo um adepto consciente, as extraordinárias curas que ele conseguiu para si próprio, em 1882, do famoso médium receitista João Gonçalves do Nascimento.
Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico, quer pelas réplicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil incumbiu Bezerra de Menezes de escrever aos domingos, no jornal "O Paiz" , tradicional órgão da imprensa brasileira, dirigido por Quintino Bocayuva, uma série de artigos sob o título "O Espiritismo - Estudos Filosóficos".
Os artigos de Max , pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram uma época de ouro da propaganda espírita no Brasil.
Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.
No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo.
Bezerra de Menezes tinha o encargo de médico como verdadeiro sacerdócio.
Por isso, dizia:
"Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate a porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora a porta que procure outro, esse não é medico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse é um infeliz, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perdera nos vais-e-vens da vida."
Os artigos de Max , pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram uma época de ouro da propaganda espírita no Brasil.
Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.
No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo.
Bezerra de Menezes tinha o encargo de médico como verdadeiro sacerdócio.
Por isso, dizia:
"Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate a porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora a porta que procure outro, esse não é medico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse é um infeliz, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perdera nos vais-e-vens da vida."
Da participação na FEB ao desencarne:
No ano de 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo no Brasil e, os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro, sentiam a necessidade de uma união mais estreita e indestrutível.
Os Centros Espíritas, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma.
Cada um deles exercia sua atividade, em um determinado setor, despreocupado em conhecer as atividades dos demais.
Esse estado de coisas levou-os à fundação da Federação Espírita Brasileira (FEB).
Fundada a FEB, em 1884, Bezerra de Menezes não quis inscrever-se entre os fundadores, embora fosse amigo de todos os diretores e, sobremaneira, admirado por eles.
Mais tarde, em 1889, tornar-se-ia Presidente da FEB.
Nessa época já existiam muitas sociedades espíritas.
Porém as únicas que mantinham a hegemonia eram quatro:
Sob os auspícios de Bezerra de Menezes e acatando importantes instruções dadas por Allan Kardec, através do médium Frederico Júnior, foi fundado o famoso Centro Espírita.
Porém, nem por isso deixava, de dar a sua cooperação a todas as outras instituições.
O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e o velho seareiro viu-se desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único frequentador do Centro.
A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico.
Em 1894, o ambiente demonstrou tendências de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita.
O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, reassumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira.
Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria.
Morreu pobre, embora seu consultório estivesse cheio de uma clientela que nenhum médico queria; eram pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas.
Foi preciso constituir-se uma comissão para angariar donativos visando possibilitar a manutenção da família.
A comissão fora presidida por Quintino Bocaiuva.
Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Léon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec:
“Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
Os Centros Espíritas, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma.
Cada um deles exercia sua atividade, em um determinado setor, despreocupado em conhecer as atividades dos demais.
Esse estado de coisas levou-os à fundação da Federação Espírita Brasileira (FEB).
Fundada a FEB, em 1884, Bezerra de Menezes não quis inscrever-se entre os fundadores, embora fosse amigo de todos os diretores e, sobremaneira, admirado por eles.
Mais tarde, em 1889, tornar-se-ia Presidente da FEB.
Nessa época já existiam muitas sociedades espíritas.
Porém as únicas que mantinham a hegemonia eram quatro:
- a Acadêmica;
- a Fraternidade;
- a União Espírita do Brasil e
- a Federação Espírita Brasileira.
Sob os auspícios de Bezerra de Menezes e acatando importantes instruções dadas por Allan Kardec, através do médium Frederico Júnior, foi fundado o famoso Centro Espírita.
Porém, nem por isso deixava, de dar a sua cooperação a todas as outras instituições.
O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e o velho seareiro viu-se desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único frequentador do Centro.
A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico.
Em 1894, o ambiente demonstrou tendências de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita.
O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, reassumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira.
Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria.
Morreu pobre, embora seu consultório estivesse cheio de uma clientela que nenhum médico queria; eram pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas.
Foi preciso constituir-se uma comissão para angariar donativos visando possibilitar a manutenção da família.
A comissão fora presidida por Quintino Bocaiuva.
Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Léon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec:
“Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
Fontes:
"O Amor vencerá sempre e, por isso, a dor será motivada a desaparecer de nosso ainda atribulado caminho."
Bezerra de Menezes
|